Data do post: 08/02/2018 - 17:07
Pai luta contra pena de morte de filho que mandou matar mãe e irmão, no Texas
O pai de um homem que está há 11 anos no corredor da morte no Texas está pedindo à s autoridades que não executem seu filho - o que está previsto para ocorrer no próximo dia 22. O incomum é que Kent Whitaker foi também vÃtima do crime pelo qual Thomas "Bart" Whitaker foi condenado.
Hoje com 38 anos, ele foi sentenciado em março de 2007 por ter encomendado a morte de seu pai, sua mãe, PatrÃcia, e seu irmão mais novo, Kevin. O objetivo era ficar com a herança familiar, de mais de US$ 1 milhão.
Kent foi o único a sobreviver ao ataque, ocorrido em dezembro de 2003. Hoje, defende que seu filho não seja executado, pois é o único membro de sua famÃlia que continua vivo. Além disso, argumenta nunca pediu que Thomas fosse condenado à morte.
"Temos lutado por muitos anos para superar a dor de ter perdido Kevin e PatrÃcia. E agora vamos começar a reviver tudo outra vez", disse em entrevista para a BBC.
Em meados de janeiro, os advogados de Thomas entraram com uma petição na Justiça para que a sentença seja modificada para prisão perpétua. Mas as autoridades, até agora, estão mantendo a condenação.
Kent Whitaker diz que suas convicções religiosas o fizeram perdoar o filho, ainda que o caminho não tenha sido simples.
"Na noite em que minha esposa e meu filho morreram, e eu fui atingido por um disparo, tÃnhamos saÃdo para jantar para celebrar a suposta formatura na universidade do meu filho mais velho, Bart", contou o pai para a BBC.
"Kevin entrou em casa, minha esposa estava atrás dele. Escutei barulhos e logo me deparei com uma pessoa mascarada a dois metros de mim. Ela me atingiu com um disparo no peito e caà sobre a varanda. Logo escutei um quarto disparo, e me dei conta de que também tinham ferido Bart."
Dois helicópteros levaram Kent Whitaker e sua mulher para um hospital. Já Bart foi levado em uma ambulância. Kevin morreu praticamente de imediato.
A polÃcia começou a investigar o tiroteio como morte decorrente de roubo, mas logo descobriram pistas que levavam a Bart. Primeiro, a cena do crime não tinha o aspecto de um roubo verdadeiro. Além disso, descobriu-se que o jovem não estava se formando, diferentemente do que pensava sua famÃlia. Na verdade, nem estava inscrito em uma universidade.
Quando Kent Whitaker soube que seu filho era o principal suspeito, não quis acreditar. "Não pensei que houvesse a possibilidade de que ele tivesse algo a ver com isso. Mas fiquei furioso com ele porque me estava colocando na posição de ter que defendê-lo (devido à mentira da universidade)", contou o pai.
Kent Whitaker e Bart viveram juntos na mesma casa onde ocorreram os assassinatos durante os sete meses seguintes à tragédia. Mas Bart desapareceu em junho de 2004.
Ele foi preso um ano e três meses depois, no México. Quando isso ocorreu, os outros dois homens que participaram do crime já haviam sido detidos e se declarado culpados. "A primeira coisa que Bart me disse depois de voltar do México foi: pai, sinto muito, não entendo por que isso ocorreu, mas vou tentar que seja o mais rápido e menos doloroso possÃvel para todos", disse Kent Whitaker.
O pai afirma que nunca vai entender o que levou seu filho a encomendar os crimes. "Sei que ele lutou para se encaixar na famÃlia. O que posso dizer é que não fez isso por dinheiro."
Em uma entrevista em 2009, Bart disse que "havia sido um covarde" por não ter confessado antes a verdade para seu pai. "Não queria causar essa dor em mim e em outras pessoas", disse.
Kent Whitaker, por sua vez, disse que estudar a BÃblia o ajudou a perdoar o filho.
Os oficiais que acusam Bart o qualificam como um "verdadeiro sociopata", "manipulador da verdade", e defendem sua decisão de aplicar a mais severa das penas.
Kent insiste que é ele quem mais vai sofrer com a morte do filho. Segundo o pai, a lei do Texas que protege os direitos das vÃtimas não esteja sendo cumprida nesse caso. "Este Estado se orgulha de proteger as vÃtimas. Mas à s vezes as vÃtimas, como eu, querem clemência, não vingança."
G1
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