A dica é: gastar no máximo duas horas por dia nessas mÃdias, e tentar aumentar o tempo despendido com amigos e exercÃcios, duas atividades relacionadas com o aumento da felicidade.
A equipe de Twenge analisou dados da pesquisa longitudinal Monitoring the Future, que anualmente entrevista cerca de 50 mil estudantes entre 12 e 17 anos de todos os estados americanos. Entre as questões, os adolescentes respondem quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores, em atividades com interações sociais e sobre a felicidade como um todo.
Os resultados mostram que, em geral, adolescentes que passam mais tempo na frente de telas — jogando videogames, usando redes sociais e conversando por aplicativos de texto e vÃdeo — são menos felizes que aqueles que investem mais tempo em outras atividades, como esportes, lendo jornais e revistas e se encontrando com amigos.
Segundo a pesquisadora, existem duas leituras possÃveis. A primeira é que os jovens buscam os dispositivos eletrônicos porque estão tristes. Mas Jean aposta na segunda tese, de que o uso em excesso desses aparelhos deixa os jovens tristes.
— Apesar de este estudo não demonstrar causalidade, muitos outros mostraram que o maior uso de redes sociais leva à tristeza, mas a tristeza não leva ao uso de redes sociais — ponderou a psicóloga.
Por outro lado, a abstinência total também não leva à felicidade. Os adolescentes mais felizes passam pouco menos de uma hora diária nas redes sociais, mas após uma hora de uso, a infelicidade aumenta de maneira consistente, acompanhando o aumento no uso de telas.
Olhando os dados históricos de grupos da mesma faixa etária desde os anos 1990, os pesquisadores descobriram que a proliferação de dispositivos eletrônicos com tela coincidiu com uma queda geral da felicidade entre os jovens americanos.
Especificamente, os Ãndices de satisfação com a vida, autoestima e felicidade despencaram após 2012. Foi nesse ano que o percentual de americanos com smartphones superou a marca de 50%.
— De longe, a maior mudança na vida dos adolescentes entre 2012 e 2016 foi o aumento na quantidade de tempo gasto em redes sociais e o consequente declÃnio das atividades sociais e do sono — apontou Jean. — O advento do smartphones é a explicação mais plausÃvel para a diminuição repentina no bem-estar psicológico dos adolescentes.
O Globo