Médico Mouhammad Moustafa debochou de protesto de outros médicos por atraso de salários, aponta investigação







Buscar

Twittar com @portalespiaso Compartilhar o artigo no Twitter Compartilhar a matéria no FaceBook Compartilhar o artigo no G+

Data do post: 09/01/2018 - 07:17

Médico Mouhammad Moustafa debochou de protesto de outros médicos por atraso de salários, aponta investigação

Investigado por corrupção da Saúde do Amazonas, o médico Mouhamad Moustafá chegou a debochar de um protesto de colegas que denunciavam atraso de salários. As mensagens constam nos relatórios da operação "Maus Caminhos". Em delação premiada, a enfermeira Jennifer Nayara, ex-sócia do médico, deu mais detalhes sobre o pagamento de propina que era feito.


Foto: Divulgação.


A ação da Polícia Federal apreendeu mais de 50 celulares. Na memória dos aparelhos, centenas de arquivos mostram como o dinheiro era desviado. Entre esses arquivos estão algumas conversas do empresário com o seu advogado, no qual ele fala sobre o pagamento de propina, e usa o termo “custo político”.

A propina saía de contratos públicos firmados com empresas dele. Moustafa gerenciava três unidades de saúde no Amazonas.

“Você acaba tendo que fazer muitos contratos, pra gerar aquele dinheiro, pra dar pros caras, e acaba sobrando pra você também, entendeu? Menos até do que eles levam, entendeu?”.

A conversa foi gravada sem que o empresário soubesse por uma sócia. A enfermeira Jennifer Nayara teve a delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).



Sócia de Moustafa, enfermeira Jennifer Nayara.
Foto: Divulgação.



O vídeo da delação é de 2016. A enfermeira afirma que o pagamento de propina envolvia até diretores de unidades de saúde no estado. Eles recebiam quantias em dinheiro em pacotes por ordem de Moustafá.

Segundo ela, o dinheiro era pago para que os diretores não reclamassem do serviço. Ela afirma ainda que um termo aditivo de R$ 80 milhões, para a contratação de ortopedistas e aluguel de um Raio-X para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), serviu para injetar dinheiro na campanha política de 2014, quando o ex-governador José Melo foi reeleito.

A empresa Total Saúde, dirigida por Nayara, conseguiu, em 2013, um contrato com dispensa de licitação com a Fundação Medicina Tropical, por intermédio de Cláudia Gomes, assistente do ex-secretário de saúde Wilson Alecrim, e do apresentador de televisão Waisser Botelho. A propina era paga por ordem de Moustafá.


Deboche à manifestação

Em um vídeo divulgado pela Polícia Federal, o empresário xinga alguns funcionários que protestam em frente ao palácio do Governo, em 2015, por conta de atraso no pagamento dos salários. Ele ainda trocou mensagens sobre a manifestação com a empresária e advogada Priscila Marcolino.

“Lotada a manifestação dos médicos aqui na Compensa. Três médicos o resto tudo assessores do sindicato para fazer barulho. Acho que vi até a faxineira do Sindicato de jaleco aqui para dar volume (sic)”, diz a mensagem.

Outras mensagens apontam a preferência do empresário em realizar o pagamento dos enfermeiros.

“Pode movimentar algo amanhã mesmo se quiser para pagar enfermagem, que esse povo ganha pouco e não faz barulho”, diz Moustafá, que foi preso em 2016 e atualmente responde ao processo em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica. Ele afirma ser inocente das acusações.


*Com informações G1




Espia aqui também
Para atingir desafetos, mãe de santo foi convocada por Mouhamad Moustafa, médico suspeito de comandar desvio de verbas
David Almeida esclarece visita a evento do PCdoB: 'Não falamos de política, de filiação partidária'
Associação de Policiais e Bombeiros emite nota contra o vereador Álvaro Campelo
Governo do Amazonas vai realizar concurso público para 1,7 mil agentes penitenciários