Para atingir desafetos, mãe de santo foi convocada por Mouhamad Moustafa, médico suspeito de comandar desvio de verbas







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Data do post: 09/01/2018 - 06:34

Para atingir desafetos, mãe de santo foi convocada por Mouhamad Moustafa, médico suspeito de comandar desvio de verbas

Investigações da operação "Maus Caminhos", que apontam desvio de dinheiro público no sistema público de saúde do Amazonas continua trazendo a tona fortes revelações. Em uma conversa interceptada pela Polícia Federal, Mouhammad Moustafa, chefe do desvio, recorre a serviços de uma mãe de santo para fazer um "trabalho" contra Wilson Alecrim, ex-secretário de saúde, agora preso. Ele dizia estar sendo ameaçado pelo ex-secretário.



Relatórios de inteligência da investigação mostram que os dois tinham proximidade, mas também havia hostilidade entre eles. Um dos documentos relata que apesar de Wilson Alecrim, segundo a investigação, receber vantagens do esquema, ele e Moustafa se desentenderam algumas vezes.

Em razão disso, o empresário recorreu a serviços de uma mãe de santo, enviando uma mensagem com o nome completo e a data de nascimento do ex-secretário. Na mensagem ele pede um trabalho forte em cima dele.

"Minha mãe esse nome com data de nascimento que te mandei é do Secretário de Saúde do Estado do Amazonas preciso urgente que a senhora intervenha ele está me perseguindo, criando mentiras e chegou a me ameaçar. Ele é um bandido e quer acabar comigo preciso que trabalhe forte em cima dele (SIC)", diz

A mãe de um dos filhos de Moustafa também teria recebido os serviços. Ele diz que a ex-mulher está tentando prejudicá-lo. A última mensagem é do dia 11 de dezembro de 2014. No dia seguinte, 12 de dezembro, a mãe de santo envia resposta dos trabalhos.



Sobre a operação "Maus Caminhos"

O grupo é suspeito de participar de um esquema de desvio de verbas na Saúde do Estado, a operação apontou o envolvimento deles em 2016. Ex-secretários e o ex-governador José Melo estão entre os presos ao longo das três fases da operação.

Os investigados possuíam contratos firmados com o Governo do Estado para a gestão de unidades de saúde, que era feita por meio do Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.

As investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.

A participação do ex-governador, da esposa, Edilene Oliveira, e de ex-secretários no desvio de verbas da saúde foi identificada por meio de conversas telefônicas interceptadas entre o irmão de José Melo, Evandro Melo, e Mouhamad Moustafa.

Raul Zaidan e Mouhamad Moustafá tiveram indeferidos pedido de prisão preventiva. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que eles foram liberados.


G1
Imagens: Divulgação.




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