Data do post: 21/12/2017 - 13:14
Espia aqui as falcatruas que o ex-governador José Melo praticou, segundo a PF
O ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), utilizou recursos públicos para asfaltar a estrada vicinal (ramal) que dá acesso ao sÃtio dele, situado em Rio Preto da Eva, na Região Metropolitana de Manaus, segundo informou a PolÃcia Federal. Mas e os ramais de comunidade rurais? Estão asfaltados? Claro que não né?
"Uma das propriedades do ex-governador foi substancialmente valorizada em razão de um asfaltamento do ramal. Esse asfalto foi feito exclusivamente para que se chegasse à residência do governador. Com o dinheiro público", afirmou o superintendente da PolÃcia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva. Ainda segundo a investigação, esse é o único ramal pavimentado na região.
A participação de Melo no esquema foi identificada por meio de conversas telefônicas interceptadas entre o irmão do ex-governador, Evandro Melo, e Mouhamad Moustafa, apontado como chefe do esquema criminoso. Ambos estão presos.
A investigação aponta que Melo comprou uma casa no valor de 7 milhões de reais.
Prisão
José Melo foi preso em um sÃtio e encaminhado para a sede da PolÃcia Federal (PF), na capital. No sÃtio, a PF apreendeu cerca de R$ 90 mil. Aproximadamente R$ 300 foram localizados em outra residência onde foi cumprido mandado de busca e apreensão.
Além da prisão de Melo, a PF cumpriu mandados em empresas de propriedade da esposa do governador cassado, na manhã desta quinta-feira.
A PF informou ainda que a ex-primeira-dama deverá ser chamada para depor.
O caseiro do sÃtio de José Melo também foi preso por porte ilegal de arma de fogo, segundo o delegado da PF Alexandre Teixeira.
Evandro Melo
As investigações apontam que o ex-secretário de Estado de Administração e irmão do ex-governador, Evandro Melo, era uma espécie de intermediário entre Mouhamad e José Melo.
Evandro Melo foi preso no dia 13 deste mês, durante a segunda fase da Maus Caminhos, denominada Operação Custo PolÃtico, relacionada ao envolvimento de agentes públicos em esquema de pagamento de propina com recursos públicos.
A PolÃcia Federal interceptou diálogo entre o médico Mouhamad Moustafa e a advogada Priscila Marcolino, também denunciada no esquema de desvios na saúde, em que ele pedia a ela que sacasse R$ 200 mil para que Mouhamad ficasse com R$ 500 mil em casa, pois havia recebido um pedido direto do “velhinhoâ€, termo, segundo o MPF, utilizado por ele para se referir a José Melo.
Em outra ocasião, utilizando aplicativo de mensagens, Mouhamad pede novamente à Priscila que realize um saque, pois o “Gov e o irmão†estavam implorando pelo recebimento de uma quantia de R$ 80 mil.
Maus Caminhos
Em 2016, a Operação Maus Caminhos desarticulou um grupo que possuÃa contratos firmados com o governo do estado para a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; da Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e do Centro de Reabilitação em Dependência QuÃmica (CRDQ) do Estado do Amazonas, em Rio Preto da Eva. A gestão dessas unidades de saúde era feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.
A apuração indica o desvio de R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos lÃderes da organização criminosa.
Operação Custo PolÃtico
No dia 13 deste mês, foi deflagrada a Operação Custo PolÃtico, que prendeu 12 pessoas, entre elas ex-secretários estaduais de pastas como Saúde, Fazenda, Administração e Casa Civil, além de um coronel da PolÃcia Militar.
Conforme as investigações, o grupo recebeu, pelo menos, R$ 20 milhões em propina. Um dos secretários de saúde, à época de seu mandato, chegou a receber pelo menos 14 pagamentos de R$ 133 mil para favorecer o INC, desde a qualificação do instituto como organização social. Outro pagamento identificado, também envolvendo um ex-secretário, totaliza R$ 5,6 milhões, pagos durante 18 meses em repasses de R$ 300 mil.
Com informações do G1
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