Data do post: 04/12/2017 - 09:06
Acidente de helicóptero que matou noiva a caminho do altar completa um ano
A empresa que fez o transporte de helicóptero de uma noiva a caminho do altar e que caiu em São Lourenço da Serra, na região metropolitana de São Paulo, havia sido denunciada à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mais de dois anos antes da tragédia por estar realizando táxi aéreo irregular. Naquele acidente, além da noiva, morreram o irmão dela, o piloto, e uma fotógrafa que estava grávida.
Nesta segunda-feira (4) o acidente completa um ano, mas ainda está sob investigação e famÃlias das vÃtimas acionaram a Justiça por indenização.
Foto: G1/Arte.
A acusação contra a empresa VoeNext, contratada pela noiva Rosemeire Nascimento da Silva, de 32 anos, para levá-la ao buffet Recanto do Beija-Flor, onde a cerimônia iria ser realizada, foi feita pela Associação Brasileira de Táxi Aéreo e Manutenção de Produtos Aeronáuticos (ABTAER) em 25 de setembro de 2014. A denúncia de transporte aéreo clandestino de passageiros e cargas foi encaminhada à Ouvidoria e à Superintendência de Ação Fiscal da Anac.
Em defesa A VoeNext informou que nunca foi empresa de táxi aéreo e que, desde sua constituição, trata-se de agência de turismo e viagens, regulada pela Embratur e não pela Anac.
A noiva Rosemeire pagou à VoeNext R$ 1.800 em duas prestações, de R$ 1.200 e mais R$ 600, sem que seu noivo, Udirley Damasceno, soubesse. Ela queria fazer uma surpresa ao noivo. A mulher, seu irmão, Silvano Nascimento da Silva, e a fotógrafa Nayla Cristina Neves Lousada, que estava grávida de seis meses, e o piloto Peterson Pinheiro morreram.
A aeronave, um helicóptero Robinson 44 prefixo PR-TUN, da empresa a HCS Táxi Aéreo, estava registrada na Anac como de uso particular e privado, não podendo ser utilizada para transporte de táxi aéreo mediante pagamento. A aeronave também não poderia voar em condições de voo com o tempo ruim. Chovia e o tempo estava encoberto no momento da queda e o voo continuou, mesmo sem condições visuais.
A fotógrafa Nayla registrou todo o vôo e inclusive os últimos momentos antes do acidente. Veja no vÃdeo abaixo:
Especialistas apontam que o piloto pode ter se desorientado durante o voo.
A Anac abriu um processo administrativo para apurar a responsabilidade da Voenext e, logo após a tragédia, autuou a companhia “por explorar serviço sem concessão/autorizaçãoâ€. Dependendo do resultado da investigação, que ainda está em andamento, além de multas, o processo poderá ser encaminhado para o Ministério Público e à PolÃcia Federal.
Além da VoeNext, a ABTAER citou na denúncia também as empresas Vip Táxi Aéreo, Good Fly, Aerocharter, Voe Aquila e Fly Private.
Nenhuma das empresas citadas na denúncia da Abtaer encontra-se na lista de autorizadas a operar como táxi aéreo no paÃs (veja a lista das empresas autorizadas a atuar como táxi aéreo pela Anac).
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